De acordo com o Boletim Informativo do GPERNEWS 339
(Grupo de Pesquisa Educação e Religião -Formação docente e Educação Religiosa) o qual pesquisa, estuda, relata, acompanha, publica trabalhos e promove atividades referentes ao Ensino Religioso, nos chama atenção sobre o Informativo da ASSINTEC.
Sábado, 14 de Janeiro de 2012 14:57
Informativo da ASSINTEC n° 17 (ASSINTEC - Associação
Inter-religiosa de Educação –novembro e dezembro de 2004 - Equipe
Pedagógica: Borres Guilouski, Diná Raquel D. da Costa e Emerli Schlögl -
- Rua Máximo João Kopp, 274 - bloco 4 - CEP: 82.630 000 - Santa Cândida
- Curitiba – Pr. Fone: 0 XX 41 351 6642)
Se passaram nove anos desde que a LDB de 96 foi instituída e com ela
vieram importantes mudanças na educação brasileira. Essas mudanças
afetaram a organização do conhecimento nas diferentes áreas, inclusive
no Ensino Religioso. A disciplina do Ensino Religioso, de acordo com o
artigo 33 da LDB (nova redação) e Resolução CEB n.º 2 de 7 de abril de
1998, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação,
deixou de ser somente aula de valores humanos e passou a ser uma área do
conhecimento, cujo objeto de estudo é o fenômeno religioso, portanto,
possui um conteúdo específico que não são apenas valores humanos.
Contudo, apesar de nove anos da nova LDB, parece que o paradigma no qual
se insere o Ensino Religioso ainda não pegou, muitos não compreendem ou
não querem compreender a nova concepção do Ensino Religioso que é
fenomenológica, muito menos a importância do mesmo para a formação do
aluno. Apesar das informações disponíveis ainda se insiste em afirmar
que o Ensino Religioso é “aula de valores humanos”. É preciso entender
que valores humanos passaram a ser tratados na transversalidade, isto
significa que todas as áreas do conhecimento devem enfocar valores
humanos, simultaneamente ao trabalharem os conteúdos de cada área. O
Ensino Religioso como área do conhecimento possui o seu conteúdo
organizado a partir de cinco eixos que são: Culturas e Tradições
Religiosas, Textos Sagrados, Teologias, Ritos e Ethos. Para trabalhar
estes conteúdos o professor precisa estar devidamente preparado e ser
capaz de utilizar uma metodologia científica adequada que envolve a
observação, a reflexão e a informação. O trabalho pedagógico do
professor não é doutrinar os alunos, pois tal tarefa compete às famílias
e às comunidades de fé às quais os alunos pertencem. O professor de
Ensino Religioso precisa ter uma postura científica ao trabalhar o
fenômeno religioso além de sensibilidade pela pluralidade e respeito à
opção religiosa dos educandos. Sua tarefa é orientar os alunos no
processo da decodificação dos elementos básicos que compõe o fenômeno
religioso. Nesse processo de construção e socialização do conhecimento, o
diálogo é uma possibilidade que pode contribuir na formação de atitudes
de respeito às diferenças a partir do conhecimento das culturas e
tradições religiosas presentes na realidade local e global. “E, como
nenhuma teoria sozinha explica completamente o processo humano, é o
diálogo entre elas que possibilita construir explicações e referenciais
que escapam do uso ideológico, doutrinal ou catequético.”
* (Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, 1997, p. 29).
* FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religioso. São Paulo: Ave Maria, 1997.